Interino desde maio de 2024, Estêvão Petrallás foi eleito oficialmente presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) nesta terça-feira (8), em uma disputa acirrada contra André Baird, presidente do Costa Rica Esporte Clube. Com 48 votos contra 39, Petrallás garantiu um mandato até 2027 — e um salário mensal estimado em R$ 215 mil, valor repassado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) aos presidentes das federações estaduais, segundo revelou a Revista Piauí.
A vitória de Petrallás só foi possível graças ao apoio maciço dos clubes amadores, que garantiram a virada no sistema de votação ponderado da assembleia. Entre os votos com peso maior (clubes profissionais da elite e da segunda divisão), Baird terminou à frente com placar parcial de 34 a 30. No entanto, Petrallás venceu entre os clubes com peso 1, conquistando 18 votos de equipes amadoras, enquanto Baird recebeu apenas cinco nesse grupo, revertendo o resultado final.
Reação e discurso
Após ser confirmado no cargo, Petrallás falou sobre a responsabilidade do posto e tentou minimizar a polêmica em torno do salário elevado. “Inicialmente eu preciso justificar [o salário], penso que o salário que norteia o cargo é em torno de R$ 44 mil. Se esse salário realmente chegar, nós vamos tomar um chopp com ele (risos)”, disse, em tom bem-humorado.
O presidente eleito também afirmou que o futebol sul-mato-grossense precisa elevar seu nível técnico e buscar espaço na Série C do Brasileirão. Atualmente, a FFMS ocupa a penúltima colocação no ranking nacional da CBF, à frente apenas da federação do Amapá.
Reconhecimento da derrota
Derrotado, André Baird reconheceu o resultado e adotou tom conciliador. “Foi um processo limpo. A instituição estava travada, agora a democracia aconteceu. Enfrentei o sistema, fui contra a máquina e saio daqui com dignidade”, afirmou. Ele não descartou voltar à disputa em 2027.
Eleição ocorre em meio a escândalos
A definição da nova presidência ocorre pouco mais de 320 dias após a prisão de Francisco Cezário, ex-presidente da FFMS, acusado de comandar um esquema milionário de desvio de recursos públicos, revelado pela Operação Cartão Vermelho, do Ministério Público.
Petrallás havia sido indicado como interino por portaria da CBF em maio de 2024, após a queda de Cezário. Durante a eleição, também estavam na disputa Paulo Sérgio Telles (ex-Cene), Antonio Vieira Cesário da Cunha (ex-Operário), Marco Antonio de Araújo (Dourados Atlético Clube) e Américo Ferreira da Silva Neto (ligado ao Novo), que chegou a anunciar desistência nas redes sociais, mas sem formalizar a renúncia junto à comissão eleitoral.
Fonte: Dourados Agora