Preso em Dourados na tarde de quinta-feira (15/5), o advogado D.F.N., 49, foi levado de avião para o Rio Grande do Sul horas depois. Ele possuía um mandado de prisão expedido pela Justiça daquele Estado.
Uma aeronave da polícia gaúcha pousou no Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira, por volta de 19h30, e levou o suspeito em seguida.
A escolta foi realizada por agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) com auxílio de policiais civis do 1° Distrito Policial.
D.F.N. é apontado como um dos ‘cabeças’ de esquema fraudulento que realizava empréstimos em nomes de pessoas mortas no Rio Grande do Sul. Ele foi alvo da Operação Malis Doctor, desencadeada pela Polícia Civil daquele Estado no início do mês.
Prisão e inocência
D.F.N. foi preso por volta de 14h por uma equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-163, próximo ao prolongamento da Avenida Marcelino Pires.
Ao ser encaminhado para realização do exame de corpo de delito, já na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), ele respondeu à imprensa e disse ser vítima de armação, com o nome utilizado no golpe conhecido como ‘falso advogado’.
“Vou provar em juízo que isso é uma armação. Porque tem o golpe do falso advogado em todo o Brasil. Usaram o meu nome praticando golpe, e agora jogaram para cima de mim a responsabilidade do golpe. Eu não fiquei com dinheiro de ninguém, eu trabalho há 27 anos e tenho 200 funcionários no escritório. Eu trabalho de forma correta. Não tenho nada a esconder”, disse, antes de ser encaminhado à perícia.
“Não devo nada, nunca fiquei com dinheiro de cliente. Ajudo meus clientes, é só entrar na página do meu escritório, um monte de comentário que tem das pessoas que a gente ajuda. Vou provar minha inocência”, continuou.
D.F.N. foi detiso na companhia de outro homem, que foi liberado em seguida.
No momento da abordagem policial, o advogado afirmou que voltava do Mato Grosso, porém, a PRF acredita que ele tentava fugir para o Paraguai.
Entenda o caso
D.F.N. teve o exercício da profissão suspenso pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) após as investigações policiais revelarem a participação dele em um esquema de fraudes.
Segundo o portal G1 do Rio Grande do Sul, ele foi indiciado por enganar clientes, apropriar-se de valores de ações judiciais e por assinar procurações em nome de pessoas já falecidas.
As investigações apontam que o escritório do advogado, alvo de operação da Polícia Civil em 7 de maio, pode ter causado um prejuízo estimado em até R$ 320 mil.
Batizada de ‘Malis Doctor’, a ação policial aconteceu em Porto Alegre (RS) e investiga outras 13 pessoas, nove delas advogados, na chamada ‘advocacia predatória’.
Fonte: Dourados News