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quarta-feira, 4 de junho de 2025

Após três anos de queda, assassinatos voltam a crescer em MS

Nos primeiros cinco meses do ano passado foram 152 registros em todo o Estado, ante 185 em igual período de 2025

Os assassinatos de avô e neto nas Moreninhas e da mãe e de sua filha encontradas mortas no bairro Morada Imperial, todos em Campo Grande, nos últimos dias de maio, fazem parte de uma estatística preocupante que é perceptível em todas as regiões do Estado: a do aumento no número de homicídios dololos nos primeiros cinco meses do ano. 

Em todo o Estado, onde os números estavam em queda nos últimos três anos, a situação está fazendo a tragetória inversa e por conta disso foram registrados 185 assassinatos entre o começo do ano e o final de maio. Isso representa aumento da ordem 22% na comparação com os 152 registros de igual período de 2024. 

Em Campo Grande, onde os números também estavam melhorando, o percentual de aumento é ainda maior, de 38%. Nos primeiros meses do ano passado ocorreram 50 homicídios dolosos no município, ante 69 em igual período deste ano. E, mesmo que fossem retirados do cálculo os dois casos mais chocantes (as quatro mortes citadas acima), o crescimento seria de 30%. 

Separando somente os assassinatos na chamada região de fronteira com o Paraguai e Bolívia, historicamente a mais violenta de Mato Grosso do Sul por conta do narcotráfico e do contrabando, o fenômeno do aumento é mais acentuado ainda. 

No ano passado, conforme os dados da Secretaria de Justiça e Segunrança Pública (Sejusp) foram 67 ocorrências, ante 94 nos primeiros cinco meses de 2025, o que representa aumento de 40%. Em Ponta Porã, que é a cidade símbolo das tradicionais disputas do narcotráfico, foram sete registros entre janeiro e maio do ano passado. Agora, em igual período, as autoridades registraram 12 mortes.

E, apesar de alguns casos chocantes e de grande repercussão, como o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, em fevereiro, e o caso da mãe e filha registro na semana passada, o número de feminicídios é menor neste ano que em igual período de 2024. Até agora são 14 registros, ante 16 nos primeiros cinco meses do ano passado. 

Assim como em anos anteriores, a maior parcela dos homicídios está ligada ao narcotráfico. E, conforme os dados oficiais da Sejusp o volume de apreensões está similar ao do ano passado. Nos primeiros cinco meses do ano passado foram retiradas de circulação 194 toneladas de maconha, apenas uma tonelada a menos que neste ano. 

O volume de cocaína teve crescimento um pouco mais expressivo, passando de 6,3 toneladas para 7,6 mil quilos tirados de circulação neste ano. 

E na contramão do aumento no número de homicídios, a quantidade de pessoas mortas por conta da intervenção policial está recuando. Em 2023, ano que acabou com 131 mortes provocadas pela polícia, haviam sido 56 casos de janeiro a maio. No ano passado este número recuou para 37 ocorrências e agora, 34. 

Fonte: Correio do Estado

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