Na contramão das ações de preservação ambiental e justamente durante a semana em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Prefeitura de Fátima do Sul promoveu a retirada de árvores nativas e ameaçadas de extinção no distrito de Culturama, gerando indignação entre moradores e lideranças locais.
A intervenção aconteceu na Rua Mato Grosso, onde um ipê de grande porte foi cortado, junto a outras árvores menores, entre elas um amendoim e uma aroeira centenária — esta última, inclusive, sendo considerada espécie ameaçada e já tema de debates anteriores na Câmara Municipal.
Segundo relatos, o atual Secretário Distrital de Culturama e vereador licenciado, Laurindo Barba (DEM), já havia solicitado em outras ocasiões a retirada da árvore. O argumento apresentado era de que as raízes estariam atrapalhando a pavimentação asfáltica da via, que está recebendo pavimentação asfáltica. Relembre aqui.
Contudo, o vereador Fabinho de Culturama (PSD) fez um pronunciamento contundente na tribuna da Câmara, lamentando o ocorrido. “Fui ao local e fotografei. Estão retirando árvores nativas, algumas possivelmente centenárias, como uma linda aroeira. Isso é um desrespeito com o meio ambiente, ainda mais na Semana do Meio Ambiente. Cadê o plano de manejo? Cadê a autorização ambiental?”, questionou. O parlamentar ainda afirmou que apresentará requerimento na próxima sessão pedindo explicações formais da Prefeitura sobre a suposta autorização da retirada.
Ainda segundo o vereador, no passado a árvore foi preservada após visita de outros parlamentares à região. “Estávamos lá, vereadores Emerson, Ezequiel, Jairo, e nos deparamos com essa árvore imponente, que deveria ter sido protegida. Infelizmente, ela foi retirada e ninguém sabe onde foi parar a madeira, que provavelmente virou pranchão de mesa para alguém”, disse.
Nossa reportagem tentou contato com o Secretário Municipal de Obras e Serviços Urbanos, Dirceu Deguti, para obter esclarecimentos sobre o ocorrido, como a existência de laudo técnico ou autorização ambiental, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno às ligações nem às mensagens enviadas via WhatsApp.
Enquanto o município avança com obras de infraestrutura, moradores e representantes da comunidade cobram que o progresso não venha à custa da destruição de patrimônios naturais e históricos. A retirada dessas árvores pode configurar crime ambiental caso não haja documentação legal que comprove a autorização da ação.

Fonte: Fátima em Dia