Os protestos contra a política anti-imigração adotada pelo presidente Donald Trump entram no sétimo dia nesta quinta-feira (11). Nos últimos dias, os atos saíram de Los Angeles, se espalharam por outras cidades dos Estados Unidos.
Contexto: No dia 6 de junho, começaram a circular nas redes sociais notícias de que agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) estavam perseguindo imigrantes no sul da Califórnia, incluindo Los Angeles.
- Grupos de pessoas passaram a se reunir no Centro de Los Angeles para manifestar contra a ação dos agentes de imigração na cidade.
- Nos dias seguintes, os protestos ganharam força. Por outro lado, houve confronto com a polícia e registro de vandalismo.
- Diante das manifestações, Trump resolveu interferir na Califórnia e enviou 700 fuzileiros navais e 4 mil soldados da Guarda Nacional ao estado. A ação foi criticada pelas autoridades locais e iniciou uma disputa política.
- Desde terça-feira (10), parte do centro de Los Angeles está sob toque de recolher, com restrição de circulação entre 20h e 6h, segundo a prefeitura.
- Apenas na terça-feira, 225 pessoas foram detidas nas manifestações de Los Angeles.
- Os protestos se espalharam por várias cidades dos EUA, como Nova York e Chicago.
- Mais de 1.800 manifestações contra Trump estão marcadas para sábado (14). No mesmo dia, haverá um desfile militar em Washington para comemorar os 250 anos do Exército — e que coincide com o aniversário de 79 anos do presidente.
O endurecimento das ações do ICE em busca de imigrantes faz parte dos esforços de Trump para cumprir a promessa de fazer a maior deportação em massa da história do país. Segundo o governo, 2 mil estrangeiros em situação irregular estão sendo detidos por dia.
Enquanto isso, especialistas têm questionado a forma como as operações têm sido conduzidas e alegam que, em muitos casos, o governo tem desrespeitado o processo legal.
Com o crescimento das manifestações, 100 grupos de direitos civis e outras organizações formaram a coalizão “No Kings” — “Sem Reis”, em português — que passou a organizar protestos pacíficos contra Trump nos Estados Unidos.
Início, escalada e propagação
Tudo começou no dia 6 de junho. Naquele dia, imigrantes e americanos receberam informações de que membros do ICE estavam fazendo operações em estabelecimentos comerciais e empresas para deter estrangeiros em situação irregular.
- Os primeiros relatos davam conta de que os agentes estavam fazendo batidas dentro de empresas, enquanto os imigrantes estavam trabalhando.
- De acordo com a rede americana ABC, na tarde de 6 de junho, uma multidão se reuniu no centro de Los Angeles após agentes do ICE chegarem a uma fábrica de roupas.
- A emissora afirma ter registrado imagens que aparentemente mostram pessoas algemadas.
- Horas depois, novos grupos iniciaram protestos pedindo o fim das batidas contra imigrantes.
Escalada: No dia 7 de junho, os protestos tiveram confrontos com a polícia e casos de vandalismo. A partir daí, o governo federal indicou que iria intervir na Califórnia.
- Policiais dispararam bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral contra uma multidão que protestava contra as ações do ICE.
- Diante dos protestos, Trump assinou um memorando autorizando o envio de soldados da Guarda Nacional para Los Angeles.
- A medida do presidente foi criticada pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, e pela prefeita de Los Angeles, Karen Bass.
- As autoridades locais argumentaram que o envio de tropas nacionais só pioraria a situação.
- De fato, protestos ainda mais violentos foram aconteceram no dia seguinte, com veículos sendo incendiados em Los Angeles.
- Trump sugeriu que apoiaria a prisão do governador da Califórnia por impedir o trabalho do ICE. Enquanto isso, a Procuradoria-Geral Estadual processou o presidente por “atropelar” a soberania do estado.
Pelo país: As manifestações que estavam concentradas em Los Angeles começaram a ganhar força e se espalharam pelos EUA no início desta semana. Além da questão imigratória, organizadores passaram a classificar como autoritárias as medidas de Trump para repelir os protestos.
- Na terça-feira, ações foram registradas em cidades como Nova York, Chicago e Atlanta.
- Na quarta-feira, outras cidades tiveram protestos, incluindo no Texas — estado onde o Partido Republicano, de Trump, tem força.
- O governador do Texas, Greg Abbott, afirmou que usaria a Guarda Nacional para garantir que os protestos acontecessem de forma pacífica. Ele disse ainda que vândalos seriam detidos.
- Diante das polêmicas, 100 grupos de direitos civis e outras organizações formaram a coalizão “No Kings” e organizaram um grande ato para sábado (14).
- Manifestações organizadas pelo grupo estão previstas para mais de 1.800 locais em todos os 50 estados norte-americanos.
Fonte: g1