Mato Grosso do Sul alcançou uma taxa de analfabetismo de 3,7% entre pessoas com 15 anos ou mais em 2024, o que corresponde a cerca de 83 mil sul-mato-grossenses nessa condição, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice representa uma redução de 0,2 ponto percentual em relação a 2023, quando o percentual era de 3,9%, resultado da diminuição de aproximadamente 3 mil analfabetos no estado em apenas um ano.
Com esse desempenho, Mato Grosso do Sul possui a 8ª menor taxa de analfabetismo entre as Unidades da Federação. O Distrito Federal lidera o ranking com o menor índice, 1,8%, enquanto Alagoas registra a maior taxa, 14,3%.
A pesquisa também revela que a taxa de analfabetismo está diretamente relacionada à idade. Entre pessoas com 60 anos ou mais, a taxa sobe para 12,9%, indicando que idosos têm 250% mais chances de serem analfabetos do que a média da população de 15 anos ou mais. Este grupo representa 61,5% dos analfabetos do estado, cerca de 51 mil pessoas.
Por outro lado, os números apontam avanços significativos nas gerações mais jovens. A taxa entre pessoas com 40 anos ou mais é de 7%; entre aquelas com 25 anos ou mais, 4,5%; e entre os que têm 18 anos ou mais, 4,2%. A faixa etária com menor índice é a de 15 anos ou mais, com 3,7%.
A diretora da pesquisa destacou que essas diferenças etárias tendem a diminuir com o tempo. “O acesso ampliado à educação nos últimos anos tem proporcionado melhores condições de alfabetização para os mais jovens, refletindo nos dados mais recentes”, afirmou.

Desigualdades por sexo e raça
A análise por sexo mostra pequena vantagem para as mulheres na população geral, com taxa de 3,7%, contra 3,8% entre os homens. No entanto, entre os idosos, a situação se inverte: mulheres com 60 anos ou mais apresentam taxa de 13,3%, maior que a dos homens na mesma faixa, de 12,4%.
Quando o recorte é por cor ou raça, as desigualdades se tornam mais evidentes. Entre pessoas brancas com 15 anos ou mais, 2,6% são analfabetas, enquanto entre pretos ou pardos a taxa chega a 4,6%. No grupo de idosos, a diferença é ainda maior: 8,3% das pessoas brancas são analfabetas contra 17,1% dos pretos e pardos.
Apesar disso, a pesquisa indica avanços: entre idosos pretos ou pardos, a taxa caiu 1,9 ponto percentual em relação a 2023, sugerindo uma possível melhoria no acesso à alfabetização mesmo entre os grupos historicamente mais vulneráveis.
Fonte: EnfoqueMS