A chuva que atinge o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (16) alagou ruas em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e a água inundou casas nesta quarta (17). Moradores do bairro Mathias Velho, um dos mais atingidos durante a enchente de 2024, contam estarem sem dormir e com medo.
“Saímos de casa porque alagou tudo, perdemos tudo de novo. Estou eu, minha esposa e minha nenezinha”, conta o trabalhador autônomo André Wagner Trindade que, acompanhado da esposa, carregava a filha no colo enquanto andava por uma rua com a água na altura da canela.
De acordo com a Defesa Civil, “cerca de 35% do município, especialmente na Região Oeste, teve algum transtorno”. No total, há 89 pessoas desalojadas e 28 desabrigadas. Devido às chuvas no estado, uma mulher morreu e um homem está desaparecido.

Por conta dos alagamentos, moradores do bairro bloquearam o trânsito de carros pelas ruas.
“Nós estamos acordados, monitorando, porque estamos com medo de encher tudo d’água. A casa do meu sobrinho já está enchendo. Nós estamos com medo de ter uma nova enchente”, diz o pintor Valmir Pereira Siqueira.
O sobrinho dele, Rafael Pereira Siqueira, conta que “não tem sono, só tensão”.
“Enchente vem de novo na cabeça. Não tem o que fazer. Olha como tá dentro da minha casa. A partir das 20h [de terça-feira], a água veio e não parou mais”, conta.

O drama é revivido por quem tentava recuperar o que havia perdido na enchente de 2024.
“Meu filho me chamou meia-noite para avisar que a água tava entrando em casa e não deu para dormir mais. Perdi tudo da outra vez. Recomprei muita coisa, não deu para comprar tudo, mas vai tudo fora de novo”, relata Noeli de Abreu, aposentada.
“Mais uma vez a gente vai perder móveis, guarda-roupas, sofá”, diz a pastora Sulamita Bueno.
A prefeitura divulgou que a água da chuva acumulada nas ruas não está escoando pelos bueiros – e que as casas de bombas estão em funcionamento.

Fonte: g1