O feriado de Corpus Christi, comemorado pela Igreja Católica e que celebra o corpo de Jesus Cristo, este ano é realizado nesta quinta-feira (19). A celebração não tem data fixa no calendário, já que acontece 60 dias após a Páscoa. Como tradição, são feitos diversos ritos que marcam a data.
Uma das principais tradições no dia de Corpus Christi é a montagem de tapetes, desenhados nas ruas das cidades. Para que isso aconteça, diversos voluntários se dispõem para montarem inúmeros desenhos que fazem alusão à celebração religiosa, com imagens bíblicas e de santos, por exemplo.
“O dia de Corpus Christi é celebrado pela Igreja Católica 60 dias após a Páscoa e é uma festa, uma solenidade do Santíssimo Sacramento, do corpo e sangue de Cristo. Portanto, é uma comemoração litúrgica da Igreja Católica”, explicou o padre Marcelo Motta da Silva.
Corpus Christi foi celebrado pela primeira vez em 1247, na Diocese de Liége. Em seguida, segundo o padre, o Papa Urbano IV instituiu a celebração numa bula publicada no dia 8 de setembro de 1264.
“Nesse dia de Corpus Christi, o Santíssimo Sacramento, ou seja, a Eucaristia, a hóstia consagrada, é, após a missa, depositada no ostensório, que é um objeto litúrgico da Igreja Católica próprio para se depositar a hóstia consagrada para exposição e adoração dos fiéis”, disse Marcelo.
Os tapetes
Segundo o pároco, a procissão de Corpus Christi é uma tradição de longa data, com o enfeite nas ruas e nas casas, feitos pelos fiéis. Um desses enfeites é o tapete colorido, com desenhos religiosos.
“Em muitos lugares são verdadeiras obras de arte, todos feitos com material simples”, afirmou o religioso.
Segundo o padre Kléber Silva, a preparação dos tapetes remetem a uma Bíblia aberta.
“Os tapetes acabam sendo como que uma Bíblia aberta, expressa nas imagens e mensagens que trazem: versículos bíblicos, símbolos eucarísticos (como o cálice, o pão, a uva, a cruz, o IHS), o Cordeiro de Deus, e cenas da vida de Cristo”, explicou.
Já o padre Roger Matheus explicou que a confecção dos tapetes, além de ser um ato de devoção, também é uma confraternização entre os fiéis.
“Nosso povo se dedica com muito esmero para oferecer a Jesus o melhor de seus dons, de seu tempo e de seu esforço. Contudo, a confecção destes tapetes é também momento de confraternização. São muitos os fiéis que passam a madrugada da quarta para a quinta-feira dedicando-se a este ato de fé; e muitos outros, impossibilitados, colaboram com a doação e distribuição de lanche para aqueles que estão no trabalho artístico e braçal”, disse.
Para a ‘confecção’ desses tapetes, os materiais utilizados são os mais simples: pó de café usado, areia, tintas, entre outros.
“Vai desde pó de serragem, areia, tintas para tingir, pó de café usado, também se usa muito tampinhas de garrafas, cascas de ovos, cal para pintura, entre outros materiais simples para confeccionar os costumeiramente chamados tapetes de Corpus Christi”, explicou padre Marcelo.
No Brasil, essa tradição foi trazida pelos portugueses, segundo Marcelo. O objetivo, de acordo com ele, é levar o amor de Deus através das procissões, com tapetes coloridos e de cores vivas.
“A tradição surgiu em Portugal e depois foi trazida, é claro, para o Brasil pelos colonizadores. Geralmente são coloridos, de cor viva, e todos de inspiração religiosa, evocando principalmente a temática da Eucaristia. Na procissão de Corpus Christi, a Igreja Católica pretende enfatizar que Jesus está presente na Eucaristia, está conosco, ele é Deus conosco”, acrescentou.
“É para dizer que estamos levando a fé nas ruas, no mundo, ao povo, uma procissão de bênção. É Jesus, o Santíssimo Sacramento, que passa pelas ruas, pelas frentes das casas, levando e dando a sua benção. É também uma procissão do amor porque Jesus é Deus e Deus é amor. É uma procissão do amor de Deus”, finalizou.
Fonte: g1