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sexta-feira, 20 de junho de 2025

Citricultura avança e MS caminha para 30 mil hectares de laranjais

Estado atrai R$ 2,1 bilhões em investimentos e se consolida como novo polo de produção de citros

Mato Grosso do Sul está em processo acelerado de transformação do seu perfil produtivo, com a consolidação de um novo polo de citricultura. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o Estado já tem 15 mil hectares de laranjais plantados e caminha para atingir a meta de 30 mil hectares nos próximos anos, condição considerada fundamental para a instalação de uma indústria de suco.

Conforme afirmou o secretário Jaime Verruck, o crescimento da citricultura faz parte de uma estratégia estadual de diversificação da matriz produtiva e industrialização. 

“Essa mudança está ajudando a melhorar o resultado da economia estadual. Tivemos, nos últimos anos, a entrada da citricultura, que já tem pelo menos 30 mil hectares de plantio prospectados e em andamento. Temos também áreas de amendoim em expansão, onde antes havia pastagem degradada. Toda esta mudança de cultura de plantio abre mais possibilidades para que novos empreendimentos venham para MS e gerem empregos”, pontuou.

Para viabilizar essa expansão, o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) também abriu linha de crédito específica para o financiamento da formação e da ampliação de pomares de citros no Estado. Os recursos visam dar suporte ao pequeno, médio e grande produtor, oferecendo condições facilitadas para investimento em mudas, irrigação e infraestrutura.

“O setor de citricultura está se consolidando como uma nova alternativa econômica para a região do Bolsão. A atração de uma indústria de sucos e o financiamento para ampliação de pomares mostram a solidez do projeto”, destacou o secretário Jaime Verruck.

O governo estadual também implementou medidas fiscais para incentivar a cadeia produtiva como crédito presumido de 80% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para operações interestaduais de laranja destinada à industrialização, visando tornar o ambiente ainda mais atrativo para investimentos futuros.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, a previsão da Semadesc é de que, ao superar a marca de 30 mil hectares, o Estado viabilize a instalação de uma unidade de produção de suco concentrado e congelado, atendendo tanto ao mercado interno quanto ao externo.

“As pessoas sempre perguntam se vai ter indústria. Sim, na hora que nós tivermos acima de 32 mil hectares de laranja, vai ter. Nós entendemos que o processo da industrialização é natural”, afirmou o secretário, em entrevista recente.

INVESTIMENTOS

Atualmente, o setor de citros em Mato Grosso do Sul já contabiliza R$ 2,1 bilhões em investimentos anunciados, conforme levantamento oficial da Semadesc e apuração do Correio do Estado. Cinco grandes grupos empresariais do setor decidiram apostar no potencial produtivo do Estado.

O grupo Cutrale iniciou o plantio de 1,7 milhão de pés de laranja em Sidrolândia, em área que deve chegar a 4,8 mil hectares até 2026. A produção anual estimada é de 8 milhões de caixas de laranja.

“Nós entendemos que o processo de industrialização é natural. A Cutrale vai chegar a quase 5 mil hectares, com a previsão de ampliar”, detalhou Verruck.

Citricultura avança e MS caminha para 30 mil hectares de laranjais

A Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles) está desenvolvendo um projeto de 8 mil hectares de laranja em Ribas do Rio Pardo, com investimentos de R$ 1,2 bilhão e previsão de geração de 1.200 empregos diretos e 2.400 indiretos.

O grupo Junqueira Rodas já iniciou o plantio de 1.500 hectares em Paranaíba e deve ampliar a área para 2.500 hectares em Naviraí.

A Agro Terena está implantando 1.200 hectares de pomares em Bataguassu.

A Citrosuco anunciou investimento no Estado, com projeto inicial em desenvolvimento, aguardando ampliação da base de produção.

Segundo informações da Semadesc, todos esses empreendimentos integram o esforço estadual de consolidação de um polo agroindustrial voltado à citricultura.

MOTIVAÇÃO

A decisão das empresas de investir no Estado foi motivada por fatores como disponibilidade de terras, qualidade de solo, regime climático favorável e, principalmente, o status de área livre da praga greening, que afeta a citricultura em estados produtores tradicionais, como São Paulo.

“O diferencial de Mato Grosso do Sul é que estamos livres do greening, uma vantagem sanitária que garante qualidade da produção e segurança para os investidores”, reforçou Verruck.

Além disso, o governo estadual tem investido em infraestrutura logística, energia e agilidade no licenciamento ambiental, para garantir o avanço seguro dos projetos.

A expansão da citricultura ocorre dentro de um cenário de forte crescimento do agronegócio em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Resenha Regional do Banco do Brasil, o PIB estadual deve crescer 5,5% neste ano, puxado justamente pela agropecuária e pela agroindústria.

“Com esses resultados, Mato Grosso do Sul terá um dos maiores crescimentos de PIB do Brasil. Se, no ano passado, a agropecuária recuou 3,2%, este ano, deve crescer 8,5%. O crescimento da agropecuária tem influência direta na indústria de transformação e no comércio, além de gerar novos empregos”, afirmou Verruck.

“O ciclo é claro: ampliamos o plantio, criamos escala, garantimos a segurança sanitária, atraímos a indústria e geramos emprego e renda para a população”, concluiu.

Fonte: Correio do Estado

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