O tom vibrante da florada do ipê cor-de-rosa ganha inspiração nas obras da artista plástica Deborah Mendes. A sul-mato-grossense eterniza a típica árvore que encanta durante as temperaturas frias e tempo seco. O processo chega a durar três horas de dedicação.
A cada pincelada, um dos quadros ganha tons que refletem a majestosa florada. Deborah conta que todos os quadros são diferentes, pois são feitos com técnicas diferentes com as mãos e as ferramentas, por exemplo, os pincéis, espuma e espátula.
Deborah ressalta que a maior inspiração vem do Pantanal e da florada vibrante. Para ela, além da beleza dos quadros, as obras mostram que a natureza não morre, mas se torna arte.
“Já tinha pintado esse ano (imagens de ipês) e foi para Pousada Aguapé, no Pantanal. Depois disso, muitos turistas estrangeiros entraram em contato por conta das obras. Fiz o rosa, amarelo e branco na madeira. Agora, a florada antecipada me chamou muito a atenção. O nome desse ipê é ‘Florada do Amor’ porque a natureza vence sempre qualquer obstáculo”, descreve.
Processo de pintura
O tronco de uma árvore foi usado de tela para a pintura da florada caindo. Deborah se dedicou por 1h30. Nessa tela, a madeira passa por um processo de lustre, lixa, pintura e resina. As telas passam por um “banho de sol” para a secagem ao natural.
Já na segunda tela, com o fundo que demostra o azul do céu de Mato Grosso do Sul, o tempo de pintura foi de três horas. “Até terminar com as nuances depois da pintura. O tempo não ajudou muito no dia, mas, geralmente, são duas horas na tela grande”.
A artista é conhecida por encontrar significado no reaproveitamento de materiais e a expressão da natureza encontrada no Estado. “Cada pincelada traz consigo a delicadeza da arara-azul, a força da onça-pintada, o silêncio dos rios e a poesia das árvores nativas. Seus chapéus pintados à mão já encantaram o Brasil e o mundo, carregando histórias de um território fértil em cultura e biodiversidade”.
Folhas secas bordadas
Deborah passou a reciclar folhas de serrapilheira para os novos trabalhos. O processo minucioso dura horas por tamanha delicadeza. Apenas o bordado nas folhas, com a agulha mais fina que existe, leva em média 4 horas, fora o processo de preparação para o manuseio.
“Trabalhamos a folha natural, a serapilheira, e não são todas que podem ser trabalhadas, não utilizamos nenhum produto químico, apenas água. Secamos com papel toalha, depois naturalmente e ela retorna para água para não perder a flexibilidade para depois ser trabalhada”, explica a artista.
Fonte: Karina Campos/Midiamax
