Na manhã de domingo, 29 de junho de 2025, o que deveria ser uma rotina de exercícios matinais se transformou em uma cena de pânico para Ernesto Chaves, um lutador e instrutor de artes marciais de 33 anos, conhecido carinhosamente na comunidade como “Bocão”. Durante sua corrida na Rua Jorge Roberto Salomão, em Ponta Porã, ele foi abruptamente atacado por dois cães da raça pit bull.
Ernesto, que possui um treinamento sólido em defesa pessoal, imediatamente reagiu. Graças à sua experiência, ele conseguiu imobilizar os cães até que a ajuda chegasse. No entanto, o ataque não foi isento de consequências: ele sofreu ferimentos na perna direita causados por uma das mordidas.
Após o incidente, Ernesto compartilhou seu desabafo com a comunidade, refletindo a gravidade da situação: “Sou um cara forte e treinado, mas achei que ia morrer. Um cão veio para a minha perna, enquanto o outro atacou meu pescoço. Agora, só consigo pensar em como isso poderia ser pior: e se fosse uma criança ou uma pessoa idosa? Tem uma escola a apenas 200 metros daqui. Estou muito indignado”. Suas palavras ecoam o sentimento de apreensão e preocupação que domina a comunidade local, especialmente aqueles que frequentam a área.
Testemunhas do ataque relataram que os dois cães apareceram repentinamente, atacando Ernesto sem qualquer provocação prévia. A situação alarmante não apenas colocou em risco a vida do lutador, mas também trouxe à tona interrogantes sobre a posse responsável de animais. Ao perceber a gravidade do momento, alguns transeuntes se mobilizaram para ajudar, amarrando os cães até que o socorro chegasse.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado rapidamente e chegou ao local para prestar os primeiros socorros. Ernesto foi então encaminhado ao Hospital Regional de Ponta Porã, onde recebeu tratamento para suas feridas. Enquanto isso, o tutor dos pit bulls, que estava ausente no momento do incidente, compareceu ao local após ser notificado do ocorrido e levou os animais de volta para casa.
A situação gerou uma resposta imediata da Polícia Militar, que conduziu o responsável pelos cães à Delegacia de Polícia Civil. Na delegacia, a ocorrência foi registrada como lesão corporal culposa, e as autoridades se comprometeram a investigar mais a fundo o incidente. A investigação buscará determinar se houve negligência ou falta de cuidados adequados na guarda dos animais, o que levanta questões relevantes sobre a segurança pública e a responsabilidade de donos de pets.
Este incidente ressalta a importância da conscientização sobre a posse responsável de animais e o impacto que a falta de treinamento e controle pode ter não apenas sobre os próprios cães, mas também na vida das pessoas ao redor. À medida que a comunidade se recupera do choque, muitos expressam sua preocupação sobre a segurança nas ruas, especialmente com a proximidade de escolas e áreas frequentadas por crianças.
Os moradores de Ponta Porã agora se veem diante da necessidade de discutir medidas que possam prevenir futuros incidentes semelhantes. A conscientização sobre a perigosidade de certas raças e a responsabilização de tutores irresponsáveis são temas que emergem desse trágico evento. Enquanto as autoridades investigam e tomam as providências necessárias, a voz de Ernesto ecoa, lembrando a todos que a segurança coletiva deve sempre ser priorizada, e que a união da comunidade é essencial para promover um ambiente seguro para todos.
Fonte: Dourados Online