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terça-feira, 15 de julho de 2025

Brasil volta à lista dos países com mais crianças não vacinadas no mundo, mostram Unicef e OMS

O país havia deixado a lista em 2023 com o avanço nas imunizações, mas, um ano depois, voltou para o ranking. Brasil ocupa a 17ª posição.

O Brasil voltou para a lista de países com mais crianças não imunizadas no mundo. O levantamento, feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi divulgado nesta segunda-feira (14).

O país havia deixado a lista em 2023, com o avanço nas imunizações. Mas, um ano depois, voltou a ocupar um posto entre as 20 nações com mais crianças não vacinadas no mundo, aparecendo na 17° posição no ranking. (veja a lista abaixo)

O cenário nacional era de 103 mil crianças não vacinadas, em 2023, e passou para 229 mil, em 2024.

No mundo, 14,3 milhões de crianças estão vulneráveis a doenças preveníveis por vacinas e mais 5,7 milhões tem apenas proteção parcial a essas doenças. Além disso, em 2024, nenhuma das 17 vacinas monitoradas alcançou uma cobertura de 90% ou mais.

Para o levantamento, foi considerada a DTP1 (que protege contra difteria, tétano e coqueluche). O imunizante é um marcador de acesso aos serviços de imunização de rotina e serve para identificar crianças que não receberam nenhuma vacina, também conhecidas como crianças “zero dose”.

Cenário mundial

De acordo com novos dados de cobertura vacinal, pela OMS e pelo Unicef, em 2024:

  • 89% das crianças em todo o mundo – cerca de 115 milhões – receberam pelo menos uma dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP)
  • E 85% – cerca de 109 milhões – completaram as três doses.

Em comparação com 2023:

  • Cerca de 171 mil crianças a mais receberam pelo menos uma vacina
  • E um milhão a mais completou a série completa de três doses da DTP.

Segundo a OMS, os dados sinalizam um progresso contínuo dos países que trabalham para proteger as crianças, mesmo em meio a desafios crescentes.

Mesmo assim, quase 20 milhões de crianças perderam pelo menos uma dose da vacina DTP em 2024, incluindo 14,3 milhões de crianças “dose zero” que nunca receberam uma única dose de qualquer vacina.

Isso representa 4 milhões a mais do que a meta de 2024 necessária para permanecer no caminho certo com as metas da Agenda de Imunização 2030, e 1,4 milhão a mais do que em 2019, o ano base para medir o progresso.

“As vacinas salvam vidas, permitindo que indivíduos, famílias, comunidades, economias e nações prosperem. É encorajador ver um aumento contínuo no número de crianças vacinadas, embora ainda tenhamos muito trabalho a fazer. Cortes drásticos na ajuda, juntamente com a desinformação sobre a segurança das vacinas, ameaçam desfazer décadas de progresso”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Mesmo pequenas quedas na cobertura vacinal podem aumentar drasticamente o risco de surtos de doenças e sobrecarregar ainda mais os sistemas de saúde já sobrecarregados, destaca a OMS.

Alta na cobertura para HPV

Em 2024, 31% das adolescentes elegíveis em todo o mundo receberam pelo menos uma dose da vacina contra o HPV – a maioria das doses foi administrada em países que utilizam o esquema de dose única. Embora esteja longe da meta de cobertura de 90% até 2030, representa um aumento em relação à cobertura de 17% em 2019.

A cobertura completa da vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano) em meninas passou de 21% para 28%. Aproximadamente 18 milhões de meninas receberam proteção completa contra o vírus. No entanto, 46,6 milhões de meninas permaneceram parcialmente vacinadas ou não vacinadas contra o HPV.

A vacina contra HPV está disponível em 144 (de 194) países para meninas e em 75 para meninos.

Manutenção da cobertura de sarampo

A cobertura da primeira dose da vacina contra sarampo (MCV1) subiu de 83% para 84%. A cobertura vacinal deste imunizante ainda não conseguiu restabelecer a porcentagem anterior à pandemia. Em 2019, a cobertura era de 86% no mundo.

Já a cobertura da segunda dose de sarampo aumentou de 74% para 76%.

Vale lembrar que a OMS emitiu um alerta epidemiológico devido ao aumento de casos de sarampo em várias partes do mundo neste ano.

Fonte: Lígia Vieira/g1

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