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sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Linha de fogo se forma na fronteira entre Brasil e Bolívia e coloca Pantanal em alerta

Como o fogo atinge uma área alagada em território boliviano, os bombeiros brasileiros atuam apenas do lado nacional. Esta é a primeira linha de fogo formada neste ano, no bioma.

Um incêndio foi identificado na quarta-feira (30) na região de Mandioré, na fronteira entre Bolívia e Brasil. O fogo começou na terça (29) e só foi detectado por monitoramento remoto do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), já que os satélites não captaram as chamas. O fogo acende alerta no Pantanal sul-mato-grossense.

Como o incêndio ocorre em área alagada do lado boliviano, brigadistas brasileiros atuam apenas no território nacional. A ação é preventiva, por conta do alto volume de material inflamável na região.

De acordo com o IHP, o foco do fogo estava a cerca de 15 km da fronteira brasileira. Esta foi a primeira vez no ano que o incêndio foi identificado. O vento na região chegou a atingir 25 km/h, o que favorece a propagação das chamas.

Após detectar o incêndio na noite de terça (29), o IHP acionou diretamente duas organizações parceiras na Bolívia:

  • Nativa (Naturaleza, Tierra y Vida);
  • Fundação CERAI (Centro de Estudos Rurais e de Agricultura Internacional).

O objetivo foi alertar as instituições locais para avaliação da situação. Mesmo sem registro de fogo no lado brasileiro, o IHP também notificou o Prevfogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para reforçar ações preventivas.

Imagens mostram brigadistas limpando o terreno e abrindo aceiros — faixas de terra sem vegetação usadas para impedir o avanço do fogo. Durante o dia, com a redução das chamas, a área segue sendo monitorada por sistemas remotos.

O diretor-presidente do IHP, Angelo Rabelo, destacou a importância da cooperação entre os dois países no combate aos incêndios, para evitar tragédias e proteger a biodiversidade.

“O fogo não tem nacionalidade e não reconhece limites de países. Um trabalho de cooperação é o que fortalece as medidas para se combater e evitar danos para comunidades, para a biodiversidade. Fizemos o contato direto com instituições parceiras na Bolívia para que seja possível verificar possíveis medidas. Atualmente, autoridades e instituições de um país não podem atuar no outro, mas pode haver um trabalho conjunto”, afirma Rabelo.

Linha branca aponta a fronteira que divide a área brasileira, em Mato Grosso do Sul, da área boliviana atingida pelo fogo. — Foto: IHP/Divulgação
Linha branca aponta a fronteira que divide a área brasileira, em Mato Grosso do Sul, da área boliviana atingida pelo fogo. — Foto: IHP/Divulgação

Fonte: Débora Ricalde, g1 MS e TV Morena

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