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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Professora é assassinada pelo ex-marido na véspera do Agosto Lilás, em Ribas do Rio Pardo

Na véspera do Agosto Lilás — mês dedicado à conscientização e combate à violência contra a mulher —, mais uma mulher foi vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul. A professora Cinira de Brito, de 44 anos, foi assassinada com cinco facadas pelo ex-marido, A.A.O., de 41 anos, na tarde de quinta-feira (31), em Ribas do Rio Pardo.

Segundo informações da Polícia Militar, Cinira foi atingida com duas facadas nas pernas e três no abdômen, dentro de sua própria casa, no bairro Centro Velho. Após o crime, A.A.O. tentou tirar a própria vida, ingerindo substância tóxica e desferindo facadas contra si mesmo. Ele foi socorrido pelo Samu, transferido de vaga zero para a Santa Casa de Campo Grande, mas morreu na ala vermelha, por volta das 21h.

O casal estava separado há pouco tempo, e, conforme apuração da Polícia Civil, o crime teria sido motivado por ciúmes, após o autor suspeitar de uma traição. Antes do ataque, A.A.O. teria deixado uma “carta aberta” em grupos de WhatsApp da cidade, na qual fez acusações à vítima e a outras pessoas, além de anunciar que cometeria o assassinato. Apesar do aviso, o feminicídio não pôde ser evitado.

A Polícia Civil e a Perícia Científica estiveram no local e investigam a dinâmica do crime. O corpo de Cinira foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML).

Cinira atuava como professora em Ribas do Rio Pardo e era conhecida na comunidade. Sua morte se soma a uma trágica lista de mulheres assassinadas no Estado.

Feminicídios em alta

Com o caso de Cinira, Mato Grosso do Sul chega a 20 feminicídios registrados somente em 2025, um número alarmante e que reforça a necessidade de ações concretas de prevenção, acolhimento e punição.

Confira a lista de vítimas deste ano:

  • Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
  • Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
  • Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
  • Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
  • Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
  • Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
  • Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
  • Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
  • Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
  • Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
  • Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
  • Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
  • Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
  • Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
  • Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
  • Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
  • Rose (Costa Rica) – 27 de junho
  • Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
  • Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho
  • Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho

Onde buscar ajuda

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira funciona 24 horas por dia na Rua Brasília, s/n, Jardim Imá, e oferece acolhimento, apoio psicológico, assistência jurídica, alojamento temporário, além de contar com representantes da Defensoria Pública, Ministério Público, Vara de Medidas Protetivas, Patrulha Maria da Penha e Guarda Municipal.
Disque 153 para mais informações ou emergências.

Fonte: EnfoqueMS

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