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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

População de MS está dividida com relação à concessão de anistia

Levantamento IPR/Correio do Estado entrevistou 420 pessoas em 10 municípios, nos dias 19 e 20 de setembro

Com a possibilidade de o projeto de lei da anistia para os condenados pelos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro de 2023 ser votado nesta ou na próxima semana pela Câmara dos Deputados, o Correio do Estado, em parceria com o Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), foi às ruas de Campo Grande e de mais nove cidades do interior do Estado para saber a opinião da população de Mato Grosso do Sul sobre a questão.

De acordo com o levantamento, realizado nos dias 19 e 20 de setembro, com 420 entrevistados com 16 anos ou mais de idade, a população estadual está dividida, pois 36,43% disseram que são a favor da anistia para todos, incluindo o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), enquanto 34,76% falaram que são contra qualquer tipo de anistia.

Ou seja, levando em consideração que a pesquisa tem intervalo de confiança de 95% e margem de erro considerada de 4,8 pontos porcentuais para mais ou para menos, há um empate técnico entre os dois grupos.

Dos entrevistados,18,10% são a favor da anistia apenas para os manifestantes do 8 de Janeiro e 10,71% não sabem ou não quiseram responder. 

Ainda pelo levantamento realizado pelo IPR/Correio do Estado, entre os que são a favor da anistia para todos, incluindo Bolsonaro, 44,04% dos entrevistados são do sexo masculino e 29,96% do sexo feminino, enquanto entre os que são contra qualquer tipo de anistia, 25,91% são homens e 42,29% são mulheres.

Já entre os que são a favor da anistia apenas para os manifestantes do 8 de Janeiro, 20,73% são do sexo masculino e 15,86% do sexo feminino, e, dos que não sabem ou não quiseram responder, 11,59% são mulheres e 9,33% são homens.

Em relação à idade dos entrevistados, a maioria favorável à anistia tem entre 45 e 55 anos (54,22%), enquanto a maioria no caso dos que são contra a anistia tem mais de 70 anos (56,41%), entre os que não sabem ou não quiseram responder, a maioria tem entre 16 e 24 anos (16,33%).

População de MS está dividida com relação à concessão de anistia
– Divulgação/Correio do Estado

ANÁLISE

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fresato Barbosa, sobre a anistia, o dado mais interessante é a divisão dos entrevistados. “Com 36,43% a favor da anistia total e 34,76% contra, os números estão muito próximos e penso que é por isso que causa tanta repercussão”, disse.

Ele acrescentou que, “com 18,10% a favor, porém, só para as pessoas que foram condenadas pelo 8 de Janeiro, e contra a anistia para Bolsonaro e para os oficiais generais, o percentual de favoráveis aumenta, chegando a 54,53 pontos porcentuais”, analisou.

No entanto, conforme Aruaque Fresato, os porcentuais a favor e contra a anistia total estão muito próximos, indicando um empate técnico dentro da margem de erro. “Mesmo em um Estado considerado conservador e com mais pessoas da direita, o apoio à anistia total não é majoritário”, argumentou.

TENTATIVA DE GOLPE

A pesquisa IPR/Correio do Estado também perguntou aos entrevistados se eles acreditam que aconteceu ou não tentativa de golpe no 8 de Janeiro de 2023, 50% disseram que não, enquanto 46,19% falaram que sim, e 3,81% não sabem ou não quiseram responder, ou seja, também há um empate técnico, levando em consideração a margem de erro.

Entre os que consideram que não houve tentativa de golpe, 37,79% deles são do sexo masculino e 54,19% são do sexo feminino, enquanto dos que consideram que houve tentativa de golpe, 61,66% são homens e 40,09% são mulheres. Entre os que não sabem ou não quiseram responder, 1,55% é do sexo masculino e 5,73% são do sexo feminino.

Com relação à idade dos entrevistados, a maioria que acredita que houve tentativa de golpe no 8 de Janeiro tem entre 45 e 55 anos (54,22%), enquanto a maioria, no caso dos que acreditam que não houve tentativa de golpe, tem mais de 70 anos (56,41%), entre os que não sabem ou não quiseram responder, a maioria tem entre 16 e 24 anos (16,33%).

Nesta questão, o diretor do IPR disse que a percepção sobre haver ou não uma tentativa de golpe no dia 8 de Janeiro de 2023 também mostra uma divisão muito similar à questão da anistia. “Os números a favor e contra a ideia de que houve um golpe são extremamente próximos, sem que um lado se sobressaia majoritariamente”, apontou.

Aruaque Barbosa comentou que, em uma conclusão geral, a pesquisa demonstrou que a população de Mato Grosso do Sul está profundamente dividida, tanto sobre a concessão de anistia, quanto sobre a interpretação dos eventos de 8 de Janeiro como uma tentativa de golpe, sem que nenhum lado consiga uma maioria clara em nenhum dos temas.

Fonte: Daniel Pedra/Correio do Estado

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