As investigações da morte de um jovem de 21 anos em Campo Grande com suspeita de intoxicação por metanol já está em andamento pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo). A mãe da vítima, Matheus Santana Falcão, Maria José Duarte Santana, que relatou como foi o atendimento.
A mulher contou que o filho estava em casa na quinta-feira e consumiu bebida alcoólica na residência. Ela também relatou que o filho não costumava sair de casa e que tinha o hábito de consumir bebida alcoólica.
“Ele passou o dia todo dormindo e acordou reclamando de dor no peito e falta de ar. Aí ele começou a vomitar sangue e eu chamei a ambulância. O atendimento na UPA demorou e, depois, ele piorou e não conseguiram reanimar”.Maria José Duarte Santana, mãe da vítima
O Primeira Página solicitou um retorno a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande) sobre o atendimento a Matheus, mas não obteve retorno. Segundo a polícia, o jovem tinha histórico de alcoolismo e consumia bebida desde os 12 anos, sobretudo, para conseguir dormir.
A conveniência onde supostamente foi comprada a bebida que a vítima tomou foi alvo de uma averiguação pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo).
O proprietário do estabelecimento, Sidnei Aparecido da Silva, contou à reportagem que os policiais foram averiguar a situação que ocorreu no posto de saúde, e que não sabe se a vítima de fato comprou a bebida no local.
“Vieram fazer uma averiguação por um fato que aconteceu no posto de saúde, que o menino adquiriu a bebida, a gente não sabe onde foi. Aí eles vieram conferir o lote, levaram duas para poder fazer análise. Ficou uma contraprova com a gente, mas só a averiguação. São uns 15 dias que comprei essa bebida de fornecedor, tem nota, tem tudo certinho. Agora é só aguardar para ver o que vai sair o resultado”.Sidnei Aparecido da Silva. comerciante
Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) informou que a acompanham a apuração da morte de um jovem de 21 anos, e que o caso está sendo investigado pelas autoridades competentes.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) também foi formalmente notificada sobre a suspeita de intoxicação por metanol, e atua em conjunto com os órgãos de segurança e vigilância sanitária na apuração do caso.
Saiba como
Para reduzir os riscos de intoxicação, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) recomenda os seguintes cuidados aos consumidores:
O metanol é uma substância tóxica, usada em combustíveis e solventes industriais, que pode contaminar bebidas alcoólicas como vodka, gim e uísque. Após ingerido, é metabolizado no fígado e pode provocar acidose metabólica grave, levando a cegueira irreversível, danos neurológicos e até morte. A dose letal estimada é de apenas 30 a 40ml.
- Fase inicial (até 6h após a ingestão): náuseas, vômitos, dor abdominal, sonolência, tontura e dor de cabeça;
- Fase intermediária (12h a 24h): dificuldade para respirar, queda de pressão, convulsões, insuficiência renal e alterações metabólicas graves;
- Alterações visuais: visão turva, dupla ou esbranquiçada, perda de percepção de cores e até cegueira.
Casos suspeitos devem ser notificados imediatamente, e para qualquer orientação e atendimento, a população pode entrar em contato diretamente com o CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campo Grande), nos seguintes telefones:
- Plantão 24h (67) 98179-1369 (ligação, WhatsApp, SMS)
- Telefone: (67) 3386-8655
- Telefone Emergência: 0800-722-6001
Fonte: Mirian Machado e Augusto Castro/Primeria Página