Uma mulher de 24 anos foi condenada a 31 anos de prisão por matar de Gesualdo Xavier de Oliveira, de 67 anos, oficial de justiça aposentado. O crime aconteceu em julho do ano passado em Dourados (MS). A sentença foi dada após mais de 12 horas de julgamento no Tribunal do Júri, na noite de 8 de outubro.
O corpo da vítima foi encontrado parcialmente carbonizado às margens da BR-163. Segundo a investigação, a mulher atraiu Gesualdo com o pretexto de negociar imóveis. No local do encontro, atacou o idoso com golpes de faca no pescoço, roubou seus pertences e ateou fogo ao corpo.
A condenação foi resultado da atuação da 1ª Promotoria de Justiça de Itaporã, que apresentou denúncias por homicídio qualificado, estelionato contra idoso, furto mediante fraude eletrônica e destruição de cadáver.
O promotor Radamés de Almeida Domingos, responsável pelo caso, sustentou que a ré usou simulação e violência para cometer os crimes e ocultar as provas. O Conselho de Sentença acolheu integralmente a tese do Ministério Público.
“Ela buscou a vítima sob o pretexto de uma negociação, o atacou, subtraiu os bens e depois utilizou o celular para fazer transferências via Pix”, disse o promotor durante o julgamento.
A mulher fez duas transferências de R$ 1 mil cada para a própria conta, usando o celular da vítima. O crime foi agravado pelo uso de meios eletrônicos para ocultar os rastros da ação.
O juiz também determinou o pagamento de R$ 200 mil de indenização à família da vítima, com base no artigo 387 do Código de Processo Penal. A ré não poderá recorrer em liberdade e continuará presa em regime fechado.
Entenda o caso
O corpo de Gesualdo Xavier de Oliveira foi encontrado no dia 23 de julho de 2024, às margens da BR-163, em Dourados (MS). A mulher foi presa no mesmo dia.
Segundo a Polícia Civil, Gesualdo saiu de casa no domingo, 22 de julho, após informar ao filho que iria a Campo Grande para tratar de uma negociação de imóveis com a suspeita.
Durante o depoimento ao Setor de Investigações Gerais (SIG), a mulher admitiu que matou o idoso e alegou que tinha dívidas com ele. Inicialmente, ela tentou enganar a polícia dizendo que havia descido do carro antes da vítima seguir viagem.
As investigações confirmaram que o encontro foi marcado pela suspeita e que ela agiu sozinha no momento do crime. O celular da vítima e outros objetos pessoais foram recuperados. O corpo foi identificado posteriormente por familiares.
Fonte: g1 MS