Mulheres grávidas que estão montando o enxoval de seus bebês têm enfrentado uma concorrência inesperada na Vila Sabrina, na Zona Norte de São Paulo. A das “mães” de bebês reborn.
Segundo lojistas, as roupas para recém-nascidos têm se esgotado rapidamente devido à alta procura por peças de mulheres e crianças que querem vestir suas bonecas ultrarrealistas.
O bairro é conhecido pelo comércio popular forte, especialmente de roupas e calçados. O g1 foi a pelo menos três lojas na área e ouviu dos comerciantes que a procura por modelos de roupas mais populares cresceu nos últimos meses.
“Nós somos loja de fábrica e realmente tivemos que aumentar a produção de modelos RN por causa da alta procura. Porque os nossos modelos RN servem nas bonecas e tem muita criança e até mãe e avó de boneca que vem comprar da gente”, contou a gerente de uma das lojas, Luciene Fiuza.
“Vende principalmente depois da saída das escolas e aos sábados. Dois anos atrás, quando essa onda começou, eu achava uma loucura. Mas depois que a coisa cresceu e as vendas também, comecei a achar que é bom para o bolso”, brincou Fiuza.
As peças mais procuradas são as mais baratas. Os mijõezinhos, bodies e camisetinhas, cujos preços direto do fabricante vão de R$ 6 a R$ 20.
A vendedora Débora Aparecida afirmou que a maior venda que fez neste ano para bebês reborn foi uma de R$ 700 em que uma avó comprou até bolsa de passeio para a neta.
“Ela levou um kit bolsa completo, com mamadeira e chupeta, além das roupinhas, porque dizia que a neta estava fascinada pela bebê reborn. Achei engraçado e até meio maluco gastar tanto com uma boneca, mas a comissão foi gorda e para mim está tudo certo”, comentou.
“Mês passado veio uma mulher que gastou quase R$ 300 numa saída de hospital e dizia que era para a boneca dela. Eu fiz é rir por dentro, mas achei ótima a venda”, completou Débora, rindo.
Uma das grávidas que enfrentou o desabastecimento de peças RN na Vila Sabrina foi a fisioterapeuta Bruna Macedo. Grávida de Martin, ela e a mãe foram atrás das últimas peças do enxoval do bebê e foram surpreendidas.
“Eu queria peças mais neutras, como branca e amarela, e a vendedora disse que não tinha, que havia acabado e estava para chegar. Eu brinquei e disse: ‘Ah, estão nascendo muitos bebês em 2025, né?’. E ela falou: ‘Não, é que aqui é perto de escola, e a criançada vem com a mãe e avó e leva tudo para bebês reborn’. Se chegar tarde na loja, fica sem roupinha mesmo”‘, lembrou.
“Levei até um susto, porque a última coisa que imaginava é perder a concorrência para as bonecas, a essa altura do campeonato”, brincou. “Percebi que é uma onda que talvez entre os adultos tenha diminuído por causa das polêmicas na mídia, os memes, mas para as crianças e adolescentes, não. E elas têm todo o direito de brincar de boneca até quando quiserem”, comentou.

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