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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

MS tem 5ª menor taxa de desemprego, mas mulheres ainda ganham 29% a menos

Entre os homens, a média salarial é de R$ 3,9 mil, enquanto as mulheres recebem R$ 3 mil

A taxa de desocupação (desemprego) no Brasil atingiu 5,6% no terceiro trimestre de 2025, com queda em duas das 27 unidades federativas. Em Mato Grosso do Sul, o índice ficou em 2,9%, mantendo estabilidade em relação ao trimestre anterior e permanecendo no menor patamar da série histórica iniciada em 2012.

Com esse resultado, Mato Grosso do Sul segue na 5ª posição entre as unidades da Federação com menor taxa de desocupação. No período, o Estado registrou 2,28 milhões de pessoas em idade de trabalhar, um aumento de 41 mil (1,8%) em comparação ao mesmo trimestre do ano passado.

Desse total, 1,48 milhão integravam a força de trabalho, com 1,44 milhão de pessoas ocupadas e 43 mil desocupadas. O nível de ocupação alcançou 63,0%, aumento de 0,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior e estabilidade diante do mesmo período de 2024 (-1,3 p.p.).

Apesar dos avanços, ainda existe uma desigualdade salarial significativa quando se trata de homens e mulheres. Entre os homens, a média salarial é de R$ 3.981,00, enquanto as mulheres recebem R$ 3.083,00 — uma diferença de 29,1% a menos para elas, conforme mostram os dados da Pnad Contínua divulgada nesta sexta-feira (14), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Panorama nacional

No cenário nacional, a taxa de 5,6% representa queda de 0,2 p.p. em relação ao segundo trimestre de 2025 (5,8%) e recuo de 0,8 p.p. diante do terceiro trimestre de 2024 (6,4%). Santa Catarina (2,3%), Mato Grosso (2,3%) e Rondônia (2,6%) registraram as menores taxas do país, enquanto Pernambuco apresentou o maior índice, com 10,0%.

Em Campo Grande, a taxa de desocupação ficou em 3,4%, percentual 0,9 p.p. menor que o registrado no segundo trimestre de 2025, porém 0,6 p.p. maior na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Com isso, a Capital ganhou duas posições no ranking nacional e passou a ocupar o 6º lugar entre as capitais com menor taxa de desocupação.

Em números absolutos, Mato Grosso do Sul registrou estabilidade (-0,3%) no número de pessoas empregadas no terceiro trimestre de 2025. Conforme a pesquisa, os números totalizam 1,03 milhão de trabalhadores — praticamente o mesmo patamar do trimestre anterior (1,04 milhão). Desse total, 724 mil atuam no setor privado, 222 mil no setor público e 93 mil são trabalhadores domésticos.

Setor privado

No setor privado, houve uma variação de 16 mil pessoas, o que mantém o quadro estável tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (2,3%) quanto ao mesmo período de 2024 (-3,9%).

Já o número de trabalhadores sem carteira assinada permaneceu estimado em 139 mil, o que, de acordo com a pesquisa, indica estabilidade perante o trimestre anterior (-11,4%). Já entre os empregados com carteira assinada, houve alta de 6,2% na comparação com o trimestre anterior.

Setor público

No setor público, também houve estabilidade na comparação entre o 2º e o 3º trimestre de 2025. Entre os trabalhadores com carteira, a variação foi de 4,4%. Para aqueles sem carteira, também houve estabilidade (-4,9%). Já entre militares e servidores estatutários, o movimento foi igualmente estável (-5,5%) na comparação anual.

Trabalhadores domésticos

O emprego doméstico manteve-se estável tanto em relação ao trimestre anterior (-7,9%) quanto ao mesmo período de 2024 (-5,8%).

Entre os trabalhadores domésticos com carteira assinada, houve estabilidade diante do 3º trimestre de 2024 (-5,9%) e também do trimestre imediatamente anterior (13,4%). Para os domésticos sem carteira, houve queda na comparação trimestral (-16,3%), mas estabilidade em relação ao ano anterior (-5,8%).

O contingente de pessoas que atuam como trabalhador familiar auxiliar ficou em 9 mil e também manteve estabilidade tanto em relação ao trimestre anterior (-18,5%) quanto ao 3º trimestre de 2024 (-30,7%).

Empregadores e trabalhadores por conta própria apresentam estabilidade

Em Mato Grosso do Sul, a população ocupada como empregadora permaneceu estável em 70 mil pessoas, com leve variação negativa em relação ao trimestre anterior (-5,9%). Os números mostram ainda que houve uma queda na comparação anual (-6,6%).

Já o número de pessoas que trabalham por conta própria alcançou 323 mil no 3º trimestre de 2025, indicando estabilidade, também, tanto perante o trimestre imediatamente anterior (5,4%) quanto em relação ao mesmo período de 2024 (9,7%).

Entre empregadores e trabalhadores por conta própria, 154 mil possuíam registro no CNPJ. No caso dos trabalhadores por conta própria, 30,6% eram formalizados (99 mil). Entre os empregadores, o percentual de formalização chegou a 78,8% (55 mil).

Informalidade e rendimento

A taxa de informalidade em Mato Grosso do Sul caiu para 31,1%, a quinta menor entre as unidades da Federação. O rendimento médio real habitual de todos os trabalhos ficou em R$ 3.589 no segundo trimestre de 2025, valor considerado estatisticamente estável tanto em relação ao trimestre anterior (R$ 3.568) quanto ao mesmo trimestre de 2024 (R$ 3.540).

MS tem o 8º maior rendimento médio do trabalho principal entre as UFs

Em Mato Grosso do Sul, o rendimento médio mensal habitual do trabalho ficou em R$ 3.469,00 no terceiro trimestre, mantendo-se estável tanto em relação ao trimestre anterior (R$ 3.459,00) quanto ao mesmo período do ano passado (R$ 3.441,00).

No comparativo entre as unidades da Federação, Mato Grosso do Sul ocupa a 8ª posição entre os maiores rendimentos médios do trabalho principal. O maior valor foi registrado no Distrito Federal (R$ 5.954,00), seguido por Santa Catarina (R$ 4.142,00). Já o menor rendimento ocorreu no Maranhão (R$ 2.132,00), seguido da Bahia (R$ 2.222,00).

Desigualdades de gênero e raça

A análise do rendimento médio habitual de todos os trabalhos evidencia disparidades significativas entre grupos populacionais em Mato Grosso do Sul. Entre os homens, a média é de R$ 3.981,00, enquanto as mulheres recebem R$ 3.083,00 — uma diferença de 29,1% a menos para elas.

No recorte por cor ou raça, a desigualdade também é expressiva. Pessoas que se declaram brancas recebem, em média, R$ 4.258,00. Já as que se identificam como pardas têm rendimento médio de R$ 3.105,00, e aquelas que se declaram pretas recebem R$ 3.090,00. Assim, a população parda ganha cerca de 37,8% a menos que a população branca.

Profissionais com nível superior ganham mais que o dobro dos que possuem ensino médio

A PNADC Trimestral mais recente também revela diferenças marcantes na remuneração conforme o nível de instrução. Em Mato Grosso do Sul, trabalhadores com ensino médio completo recebem, em média, R$ 2.888,00. Já aqueles com nível superior obtêm rendimento médio de R$ 5.960,00 — valor 106,4% maior.

Os dados reforçam a influência da escolaridade sobre o rendimento e evidenciam desigualdades que permanecem estruturadas no mercado de trabalho sul-mato-grossense.

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