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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Policial do Garras admite venda de cigarros eletrônicos desviados após ser preso com R$ 130 mil

Investigador afirmou à PF que dinheiro era pagamento por mercadorias apreendidas e revendidas; esquema teria participação de outros policiais

O policial civil detido na última sexta-feira (28) com uma sacola contendo R$ 130 mil em espécie afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o dinheiro não era propina, mas parte de uma negociação de cigarros eletrônicos. Segundo ele, os produtos haviam sido apreendidos e desviados por ele e por outros policiais. O servidor atua no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) de Campo Grande.

Ao ser flagrado com a quantia, inicialmente alegou estar em uma investigação, versão que acabou descartada. Depois, confessou que o valor era referente à venda de mercadorias contrabandeadas a um comprador ligado ao esquema. Ele não informou se os produtos desviados vieram do depósito da delegacia ou se foram retirados de cargas tomadas de contrabandistas liberados após a apreensão.

O relato prestado por Augusto coincide com o depoimento do outro preso na operação, Marcelo. Ex-guarda municipal e com histórico de envolvimento no contrabando, Marcelo afirmou que vive da atividade ilegal e que, mesmo usando tornozeleira eletrônica, continuava fazendo negociações.

Ele contou que foi procurado por um contrabandista paulista, com quem mantém contato frequente, para entregar o pagamento pelos cigarros eletrônicos. O montante seria de R$ 130 mil: R$ 100 mil enviados pelo contrabandista e R$ 30 mil que ele próprio acrescentaria, valor que já guardava para quitar outra carga vinda do Paraguai.

O dinheiro foi transferido para a conta de uma empresa de carros usada pela esposa de Marcelo, e o casal sacou a quantia. Em seguida, Marcelo pegou o restante em casa e levou a sacola ao ponto marcado: o estacionamento de um supermercado na Avenida dos Cafezais.

A transação, porém, foi acompanhada por agentes da PF. No momento em que Marcelo entregou a sacola ao policial, ambos foram presos em flagrante.

Os dois passaram por audiência de custódia na Justiça Federal, que converteu a prisão em flagrante em preventiva. A reportagem tentou contato com a Polícia Civil e com o Garras, mas não recebeu retorno até a publicação. As defesas dos investigados também não se manifestaram.

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