27.4 C
Dourados
segunda-feira, 14 de julho de 2025

Geadas causam perdas entre 10% e 30% em áreas pontuais, mas safra de milho segue positiva em MS

Aprosoja estima produtividade média de 80,8 sacas por hectares em Mato Grosso do Sul

As geadas que atingiram Mato Grosso do Sul, nas áreas central e sul em maio e em junho podem representar danos entre 10% e 30% na produção do milho nestas localidades. Os prejuízos serão mais notáveis para lavouras com plantio tardio, ou seja, fora da época recomendada, porém apesar das adversidades climáticas, a expectativa é positiva no geral. Conforme a Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) a produtividade média estimada é de 80,8 sacas por hectare.

O pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Carlos Ricardo Fietz, cita que houve registro de ocorrências de geadas em três dias no Estado, sendo em 30 de maio e 24 e 25 de junho. Estima-se que cerca de 22 mil hectares — 1% da área total de plantio — tenham sido afetados, com perdas variando entre 10% e 30% da produção nessas localidades. A área cultivada deve atingir 2,103 milhões de hectares.

“O fenômeno natural atingiu áreas localizadas e, provavelmente, lavouras com plantio tardio”, destaca Carlos Fietz ao complementar que “portanto, de maneira geral, a safra do milho foi boa e a expectativa é uma boa produtividade”.

O produtor rural Edson Beltramelo, de 36 anos, morador de Aral Moreira, no sul do Estado, atua na agricultura há duas décadas e relata prejuízos consideráveis em sua propriedade. “Estou com quase 60% da área colhida. Nessas áreas, tive um pouco de perda por conta da estiagem no início da cultura, mas a produção está sendo razoável. Já nos outros 40%, tive perda de mais de 90% por conta da geada. Foi um frio muito forte, há mais de 10 anos não vejo uma geada tão severa como essa”, relata o produtor, que ainda tem pra colher 45% da produção.

Da área cultivada no estado de 2,103 milhões de hectares, conforme a Aprosoja, 80% das lavouras avaliadas apresentam boas condições. Até o momento, cerca de 10% da área total já foi colhida.

O pesquisador Carlos Ricardo Fietz cita que a maior parte do milho já se encontra em fase final de maturação ou colheita, o que reduz significativamente o risco de perdas futuras, mesmo que ocorram novos episódios de frio. Vale destacar que o inverno começou no dia 20 de junho e segue oficialmente até o dia 22 de setembro.

Fietz ressalta ainda que julho é o mês com maior probabilidade de geadas no Estado (40%), seguido por junho (25%) e agosto (22%).

Já em relação a colheita do grão, o início foi no final de maio e a expectativa é que se estenda até a última semana de agosto.

Geadas causam perdas entre 10% e 30% em áreas pontuais, mas safra de milho segue positiva em MS

Dados econômicos

O analista de Economia da Aprosoja, Mateus Fernandes, afirma que com o aumento de milho no mercado, os preços do grão estão sofrendo grande pressão, fazendo com que os preços caiam, o que acontece pela lei da oferta e demanda.

“Ao analisarmos o mercado como um todo, o dólar tem diminuído também, o que interfere diretamente no preço do milho. Mas, na comparação com o ano passado, as condições mercadológicas atualmente estão melhores. Com o avanço da colheita, existem outros pontos que precisam ser levados em conta, como o custo logístico e a armazenagem. O déficit de armazenagem pode ser um fator crucial para determinar as margens de lucro dos produtores, visto que a expectativa para o preço do milho no futuro é de aumento no preço e os produtores que conseguirem armazenar poderão se beneficiar com momentos melhores, onde os preços estejam mais vantajosos” destacou em entrevista recente para o Aprosoja MS.

Fonte: Gizele Almeida/Dourados Agora

Leia também

Últimas Notícias