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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Rodovias federais ficam sem radares por corte no orçamento da fiscalização

Governo federal desmonta segurança viária ao deixar radares inativos por falta de verba.

Desde 1º de agosto, todos os radares eletrônicos de controle de velocidade em rodovias federais — exceto as em trechos concedidos — foram desativados por insuficiência orçamentária. A medida atinge cerca de 47 mil quilômetros de estradas monitoradas pelo Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), segundo o DNIT.

A paralisação ocorre após um corte de 88% no orçamento destinado à fiscalização eletrônica de trânsito, que prevê R$364,1 milhões em 2025, mas teve apenas R$43,3 milhões aprovados na LOA. Mesmo com suplementações, o total disponível não passou de R$79,6 milhões, valor insuficiente para custear os contratos até dezembro. O DNIT vinha alertando sobre o risco desde maio e chegou a qualificar o cenário como “iminente paralisação”.

A decisão expôs uma fragilidade perigosa na política de segurança viária. A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) também alertou sobre os riscos dessa suspensão, destacando que o controle de velocidade é fundamental para reduzir acidentes e cumprir metas como as do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS).

A interrupção dos radares representa não só um retrocesso em prevenção de vidas, mas também um golpe duro na arrecadação pública — o sistema gerava cerca de R$ 1,1 bilhão por ano em multas. Desde 2023, porém, essa receita deixou de financiar o programa, sendo redirecionada para custos administrativos do DNIT.

Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Tráfego (Abeetrans) já sinalizou que recorrerá judicialmente se os radares não forem religados. Para a entidade, a medida coloca vidas em risco e desrespeita compromissos firmados com o Ministério Público Federal. O impacto é ainda mais grave se considerarmos que acidentes de trânsito causaram cerca de 34 mil mortes em 2024 e centenas de milhares de sequelas, com um custo estimado em R$ 22,6 bilhões ao ano.

Em nota, o DNIT afirmou que busca recursos junto à Casa Civil e ao Ministério dos Transportes, mas até o momento não apresentou soluções concretas.

Fonte: Portal de Prefeitura

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