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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Após um dos invernos mais frios, primavera chega com forte calor

Prognóstico do Cemtec-MS indica que temperatura do próximo trimestre, em Mato Grosso do Sul, será acima da média histórica e chuvas devem ser irregulares

A cinco dias de acabar o inverno, o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS) publicou o prognóstico da primavera deste ano para o Estado, que reserva dias quentes e com chuvas irregulares. A estação chega após Campo Grande ter vivido um dos invernos mais frios dos últimos anos.

Neste ano, a primavera, caracterizada pelo florescimento de plantas e aumento da atividade de animais polinizadores, vai começar no dia 22 deste mês, precisamente às 14h19min (horário de Mato Grosso do Sul), e vai até o dia 21 de dezembro, quando dá lugar ao verão, estação muito aguardada pela maioria dos brasileiros.

Segundo o Cemtec-MS, o clima sul-mato-grossense durante a primavera é de temperaturas bem quentes, justamente por englobar meses que estão entre os de maior temperatura ano após ano, principalmente no mês de outubro, que historicamente é o mais quente em diversos municípios do Estado.

“Climatologicamente, em grande parte do Estado, as temperaturas médias variam entre 24°C e 26°C. Por outro lado, na região noroeste as temperaturas variam entre 26°C e 28°C e na região extremo sul do Estado entre 22°C e 24°C no trimestre de OND [Outubro-Novembro-Dezembro]”, informa o instituto estadual no documento, baseando-se em dados dos últimos 30 anos.

De acordo com a previsão, “a temperatura do ar deve permanecer ligeiramente acima da média para o período, ou seja, há previsão de um trimestre mais quente que o normal”. 

Portanto, é esperado dias de muito suor e com baixa umidade, o que serve de alerta para a população, visto o risco à saúde que esta combinação oferece.

Ao Correio do Estado, Vinicius Sperling, meteorologista do Cemtec-MS, explicou como deverá funcionar as temperaturas durante a estação e se haverá onda de calor na primavera, visto que o “calorão” deve atingir Mato Grosso do Sul nos próximos três meses.

“Onda de calor é previsível mais perto do evento. Porém, períodos com temperaturas acima da média são muito mais prováveis, principalmente aqueles dias consecutivos que ficam sem a formação de nuvens e chuva que acaba amenizando a temperatura. Quando fica dias consecutivos sem chuva a temperatura sobe mesmo”, disse Vinicius Sperling à reportagem.

Acerca da precipitação, o Cemtec-MS explica que, por conta da primavera ser uma estação de transição do frio para o calor, esta condição favorece o aparecimento de tempestades severas de curta duração, que podem provocar chuvas intensas, descargas elétricas atmosféricas, fortes rajadas de vento e até queda de granizo.

Conforme dados das últimas três décadas, na maioria do Estado, as chuvas variam entre 400mm a 500 mm neste período. Porém, nas regiões nordeste e extremo sul as chuvas variam entre 500mm a 600 mm, acima da média estadual. 

Já na região noroeste sul-mato-grossense, a precipitação é um pouco abaixo da média, visto que geralmente varia de 300mm a 400 mm.

Para esta primavera, “a tendência climática indica irregularidades nas chuvas, onde podem ficar abaixo ou acima da média histórica”. Mas, a região sudeste do Estado é a única que tem uma previsão mais certeira, da qual aponta “chuvas ligeiramente abaixo da média histórica para o trimestre”.

Após um dos invernos mais frios, primavera chega com forte calor

INVERNO

Com poucos dias restantes no calendário, já é possível afirmar que este ano foi responsável por um dos invernos mais frios da história em Campo Grande. De acordo com levantamento da reportagem feito com base em dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), de 2016 em diante, este foi o segundo ano com temperatura média mais baixa durante o período na Capital, com 22°C, porém, este ano ainda não conta com a totalidade dos dias do inverno.

“Foi um inverno mais frio do que o normal, com bastante incursão de massa de ar frio, sequência de frente fria, temperaturas abaixo da média e pouca chuva. Um inverno um pouquinho mais rigoroso do que o normal comparado aos anos de 2024 e 2023, quando foram invernos bem fraquinhos”, explica Vinicius Sperling.

Os invernos de 2024 e 2023 foram mais quentes que este ano e registraram temperaturas médias bem próximas, com 23,6°C e 23,7°C, respectivamente, durante os 95 dias da estação, na Capital, segundo o Inmet.

SAIBA

A maioria dos modelos climáticos indicam condições da La Niña durante a primavera. O fenômeno consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, favorecendo efeitos climáticos distintos. Porém, sua atuação é indireta no clima do Estado.

Fonte: Felipe Machado/Correio do Estado

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