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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Dourados: Jovem que chamou delegada de “noiada” presta depoimento e admite arrependimento

Caso está sendo investigado pela Polícia Civil e outros autores deverão ser identificados em breve

Uma jovem de 18 anos prestou depoimento na sede do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil de Dourados, a 230 quilômetros de Campo Grande, na tarde de terça-feira (7), após ser apontada como uma das autoras de comentários ofensivos contra a delegada Thays do Carmo Oliveira de Bessa.

A jovem comentou “kkkk mds tá na noia só pode” em uma rede social enquanto acompanhava a entrevista da delegada em um site de notícias local. Inicialmente, ela afirmou à polícia que não se lembrava de ter feito a publicação, mas depois admitiu a autoria e pediu desculpas, dizendo que estava arrependida e que havia escrito a mensagem de forma inconsciente.

Segundo o delegado Lucas Albé Veppo, a polícia ainda investiga o caso e irá analisar se foi, de fato, a jovem que fez o comentário ou se outra pessoa teria utilizado sua conta para publicar as ofensas. No entanto, os indícios apontam que ela é, sim, a responsável.

Thays do Carmo foi alvo das ofensas nas redes sociais enquanto concedia entrevista à página Folha de Dourados sobre um flagrante de homicídio. Entre os comentários publicados contra a delegada está: “Nossa, delegada feia, tá mais pra ser empregada doméstica aqui da minha casa que qualquer outra coisa, e tratar ela igual cachorro aqui.”

“Vamos analisar o contexto geral, quais comentários foram feitos por ela e por outras pessoas, inclusive se a conta dela está sendo acessada por terceiros, o que acreditamos que não, e verificar em qual crime a conduta dela se enquadra”, explicou o delegado.

Ainda segundo Veppo, os levantamentos iniciais indicam que a jovem teria feito o comentário com “o intuito de atacar a honra pessoal da delegada”. Apesar disso, ela não foi autuada em flagrante. Caso a investigação confirme a autoria, ela será indiciada e responderá criminalmente.

Um inquérito foi instaurado e outras pessoas envolvidas nos ataques também estão sendo investigadas, inclusive de outros estados.

A delegada Thays do Carmo afirmou que soube das ofensas apenas no dia seguinte, ao ser informada por seu chefe. “É um sentimento de indignação. A pessoa ataca e se sente protegida por um computador. A gente evoluiu como sociedade, mas o racismo ainda continua. O fato de ser autoridade não é obstáculo para isso”, declarou.

Ela acrescentou que um dos autores chegou a apagar as mensagens, mas a ocorrência já havia sido registrada e as providências legais estão em andamento.

Fonte: Ketlen Gomes e Helio de Freitas/Campo Grande News

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