Entre as ruas agitadas de Dourados, um homem de 68 anos pedala diariamente levando café, chá, chocolate e ‘gelinho’ para os clientes. Moisés de França Soares é conhecido por sua rotina incansável, percorrendo a cidade com sua bicicleta carregada de mercadorias, oferecendo o copo de café por R$ 2,50.
A história dele e de outras pessoas que vivem a batalha diária na maior cidade do interior sul-mato-grossense será retratada nesta sexta-feira (7/3), no quadro ‘Pelas ruas de Dourados’, que o portal Dourados News tem mostrado aos leitores.

“Eu me aposentei, mas não dá para parar”, diz o vendedor, com um sorriso discreto, deixando a frase no ar, mas com a convicção de que o trabalho é parte essencial da sua vida.
A trajetória de Moisés começou há cerca de 10 anos, quando decidiu vender bebidas para complementar a renda.
Ele já tinha experiência com o comércio ambulante em Campo Grande, onde trabalhou por seis anos antes de se mudar definitivamente para Dourados, cidade que o acolheu desde 1975. “Mudei para cá com meus pais. Eles já se foram, mas eu continuo morando no mesmo lugar”, conta.

Morando sozinho, mas sempre rodeado de clientes fiéis, Moisés percorre vários pontos da cidade em sua bicicleta, passando pelo centro, Atacadão e Caixa Econômica, sem ponto fixo. “A bicicleta facilita. No começo, puxava um carrinho, mas era difícil. Com ela, posso cobrir mais lugares”, explica.
Ele não tem apenas clientes, mas também amigos espalhados por seu trajeto diário, que o chamam pelo nome e aguardam pelo café quente ou pelo gelinho nos dias quentes. O trabalho do aposentado é constante, sem folga. De segunda a segunda, incluindo domingos de feira, ele está nas ruas.

Mesmo sem fazer um cálculo exato de sua renda mensal, estima que consiga cerca de R$ 2.000 por mês. “Nunca fiz a conta certinha, mas ajuda bastante a complementar a renda e para ajudar meus filhos”, diz.
Sobre a saúde, afirma estar bem, apesar de problemas com varizes que fazem suas pernas incharem ao final do dia.
“Chego em casa, descanso um pouco e melhora”, conta. Para essa rotina ele toma alguns cuidados com a alimentação balanceada e descanso adequado, essenciais para manter o ritmo.

“Talvez eu trabalhe dessa forma até o ano que vem, quando farei 70 anos, para então poder descansar”, comenta ele ao final da entrevista ao Dourados News. Até lá, seguirá firme, espalhando energia e serviço pelas ruas da cidade que escolheu para chamar de lar.
Fonte: Charles Aparecido/Dourados News