23.4 C
Dourados
quarta-feira, 18 de junho de 2025

Israel x Irã: os sinais de que os EUA podem entrar no conflito e os possíveis impactos para o mundo

Movimentações militares e declarações de Donald Trump levantam possibilidade de uma ação direta dos EUA contra o Irã. Especialistas avaliam possíveis consequências.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou a reunião do G7 no Canadá antes do previsto para tratar do conflito entre Israel e Irã. Já em Washington, nesta terça-feira (17), o norte-americano se reuniu com membros do Conselho de Segurança Nacional e deu sinais de que poderia entrar diretamente no confronto.

Contexto: Israel e Irã trocam ataques desde sexta-feira (13). Militares israelenses anunciaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos. Teerã retaliou lançando mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Mais de 500 pessoas morreram, entre civis e militares, segundo o grupo Human Rights Activists. Oficialmente, o conflito deixou 248 vítimas.

Os Estados Unidos apoiam Israel. Em fevereiro, Trump retomou a política de “pressão máxima” contra o Irã, tentando forçar o país a negociar um novo acordo que impedisse o desenvolvimento de armas nucleares.

  • Trump já havia declarado que, se as negociações fracassassem, poderia atacar o Irã com o apoio de Israel.
  • Apesar disso, sobre os ataques lançados por Israel na sexta-feira, o governo americano afirmou que não participou da operação.

Sinais: Nas últimas horas, o tom da Casa Branca mudou. O retorno antecipado do G7 marcou esse giro na postura. O próprio Trump, em mensagens públicas, indicou que os EUA podem se envolver diretamente no conflito.

  • Em uma rede social, Trump usou a palavra “nós” — em provável referência à aliança com Israel — ao afirmar que “já tinha o controle do céu do Irã”.
  • O presidente disse ainda saber onde o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, estaria escondido e escreveu que não o mataria “por enquanto”, mas que a paciência estava chegando ao fim.
  • Por fim, Trump exigiu uma rendição incondicional do Irã.
  • Os Estados Unidos também enviaram mais caças para o Oriente Médio e reforçaram a presença militar na região. Além disso, segundo a Reuters, um grande número de aeronaves americanas saiu da Europa em direção ao Oriente Médio.

Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que o reforço militar sinaliza uma possível entrada dos EUA no conflito.

“Se os americanos, de fato, se juntarem na guerra contra o Irã, vai ser um aumento muito grande da escala desse conflito”, afirma.

Já para Priscila Caneparo, doutora em Direito Internacional, a entrada dos EUA pode provocar um conflito ainda mais sangrento, com mortes de civis.

“O que a gente observa que os Estados Unidos são os únicos atores competentes que teriam o poder num contexto mundial para neutralizar o programa nuclear iraniano, já que possuem artilharia para tanto, diferentemente de Israel.”

Enquanto isso, Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM, faz uma análise sobre os possíveis impactos internos para os Estados Unidos.

“Especula-se muito sobre os efeitos negativos sobre a base eleitoral do presidente Trump. Mas a gente não pode esquecer que ele já voltou atrás em muitas coisas que disse que faria ou não faria.”

Fonte: g1

Leia também

Últimas Notícias