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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Youtuber é preso em SP suspeito de exploração de crianças e estupro

Segundo a denúncia apurada pela polícia carioca, ele teria usado as redes sociais para exibir as partes íntimas de menores de idade. Defesa dele não foi localizada.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Civil de São Paulo, prendeu nesta quarta-feira (22) o youtuber João Paulo Manoel, de 45 anos, conhecido como Capitão Hunter. Focado no universo Pokémon de cartas e bichos de pelúcia, ele tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais.

Hunter é alvo de um inquérito na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) do Rio, que apura a denúncia exploração sexual de crianças, tipificada no Código de Processo Penal como estupro de vulnerável, e produção de cenas de pornográficas com adolescente.

A prisão temporária de João Paulo foi decretada pelo juiz da Vara especializada em crimes contra a criança e adolescente do estado do Rio de Janeiro. Ele foi preso na cidade de Santo André, na Grande São Paulo.

Segundo a denúncia apurada pela polícia carioca, ele teria usado as redes sociais para exibir as partes íntimas dele para menores de idade e exigir que esses menores também mostrassem seus corpos.

Denúncia de menina de 13 anos

A denúncia contra o youtuber foi feita pela família de uma menina de 13 anos, que mantinha contato com João Paulo Manoel por aplicativos como Discord e WhatsApp.

Segundo a menina narrou à Polícia Civil, ele fez videochamadas nas quais mostrou o pênis para ela e pediu para ela mostrar alguma parte íntima.

“Amigos fazem isso, mostram a bunda um para o outro, isso são coisas de amigos e você é minha melhor amiga”, teria escrito ele nas mensagens interceptadas pela família da vítima.

No inquérito a polícia descreve João Paulo como “um abusador com elevado grau de periculosidade, atraindo crianças e adolescentes por meio de um perfil mentiroso para que ganhe a confiança dos vulneráveis e passe a assediá-las e coagi-las à prática de atos libidinosos”.

“O agente se manifesta como influente digitalmente por canais em que se comunica com incontável número de crianças e adolescente em razão de atividades com o desenho Pokemon. Seu estado de liberdade coloca em risco diversas crianças, tendo em vista que a forma de manifestação deste indica que esta prática é recorrente”, afirmou a delegada do caso.

Youtuber é preso em SP suspeito de exploração de crianças e estupro
Polícia Civil do Rio de Janeiro apreende computador do youtuber João Paulo Manoel, de 45 anos, conhecido como Capitão Hunter. — Foto: Aldieres Batista/TV Globo

Além do mandado de prisão temporária, os agentes da Dcav também cumpriram mandados de busca e apreensão nos endereços ligados ao influencer em Santo André.

Ele teve a quebra de sigilo de dados autorizado pela Justiça e todos os aparelhos eletrônicos encontrados em poder do investigado – computadores e celulares – serão encaminhados ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e passarão por perícia.

Evento Pokemon

De acordo com as investigações, a adolescente de 13 anos de idade, moradora do Rio de Janeiro, conheceu o influencer em 2023, quando tinha 11 anos, em um evento Pokemon, realizado no Norte Shopping, na capital carioca.

A partir daí, passaram a manter contato através da internet, pois o ‘Capitão Hunter’ havia prometido aos pais da criança, que iria acompanhar e apoiar a carreira da menina nos jogos online, especialmente Pokemon.

Ainda de acordo com as diligências investigativas, neste ano, a menina relatou diversos abusos sexuais sofridos através da Internet pelo influencer, que teria pedido conteúdos de cunho sexual para ela, como fotos das partes íntimas em troca de cartas ou bonecos de pelúcia Pokémon.

A investigação diz que o influencer chegou a enviar fotos do próprio pênis em duas ocasiões pelo WhatsApp e outras duas vezes pelo Discord, de cueca com o pênis ereto e partes íntimas expostas.

O inquérito diz que João Paulo Manoel e a vítima só tiveram contato pessoalmente uma vez em São Paulo, após o 1° encontro, com intermediação dos pais da criança, também em um evento Pokemon na capital paulista.

Fonte: Leslie Leitão/Rodrigo Rodrigues/g1

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